quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Estações





Título: Estações
Autor: Gabriel Chalita
Editora: Globo
Genero: Auto Ajuda
Páginas: 82


Estações, de Gabriel Chalita, é um pequeno livro de poemas marcado por uma grande simplicidade de dicção, posta a serviço dos maiores temas da literatura: o tempo, o amor, o destino, a esperança, a desesperança, o desejado, o imprevisto, os encontros, os desencontros, os reencontros, recapturados em recortes verbais cuja espontaneidade e cuja sensibilidade os tornam novos de novo.
A eles se soma o belo trabalho gráfico da ilustradora Elma, com desenhos em lápis em apenas três cores, o branco, o preto e o ocre, em uma elegância contida que ganha vida e vigor num jogo de alternâncias, em que ora uma cor ocupa o fundo e a outra a figura, em traços sutis porém proporcionalmente expressivos.
Oscilando do verso mais tradicional, rimado, à prosa poética, e de poemas curtos como haicais a quase contos, os textos são unificados por uma dicção, uma voz, que fala intimamente ao leitor de circunstâncias, ao mesmo tempo, particulares e universais, práticas e existenciais, como se ele fosse o seu real destinatário, ou como se o que há de comum à vida toda fosse assim flagrado em fragmentos poéticos feitos para transcender suas pequenas dimensões: “Eram apenas palavras soltas, descoordenadas, insubordinadas e assindéticas, mas que, pronunciadas com elegância, compuseram um recital coeso, coordenado, cooptado, sinfônico”.
Estações vem assim se somar à crescente obra de um autor capaz de frequentar os mais variados gêneros e os mais relevantes temas, das questões mais candentes da atualidade ao diálogo filosófico, tendo como fator comum a lucidez unida à sensibilidade, marcantes em seus novos poemas.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

O Vendedor de Passados



Autor:   JOSE EDUARDO AGUALUSA
Editora: GRYPHUS
Livro em português
Brochura
7ª Edição - 2004
Páginas : 208






Sinopse


'O vendedor de passados' é a história de um albino que mora em Luanda, Angola, e faz árvores genealógicas em troco de dinheiro. Estranho ofício, estranho o personagem principal - o vendedor de passados falsos, Félix Ventura - e mais estranho ainda o narrador - uma osga, um tipo de lagartixa. É ela que vai contar como o albino Félix fabrica uma genealogia de luxo para seus clientes - prósperos empresários, políticos e generais da emergente burguesia angolana que têm futuro assegurado, mas falta-lhes um bom passado. A vida de Félix anda muito bem, até receber a visita de um estrangeiro à procura de uma identidade angolana. E, então, numa vertigem, o passado irrompe pelo presente e o impossível começa a acontecer. Esta sátira à atual sociedade angolana é uma reflexão sobre a construção da memória e seus equívocos.